sexta-feira, 30 de dezembro de 2011
Fases
Tenho fases, como a lua
Fases de andar escondida,
fases de vir para a rua...
Perdição da minha vida!
Perdição da vida minha!
Tenho fases de ser tua,
tenho outras de ser sozinha.
Fases que vão e vêm,
no secreto calendário
que um astrólogo arbitrário
inventou para meu uso.
E roda a melancolia seu interminável fuso!
Não me encontro com ninguém
(tenho fases como a lua...)
No dia de alguém ser meu
não é dia de eu ser sua...
E, quando chega esse dia,
o outro desapareceu...
.
Cecília Meireles
terça-feira, 27 de dezembro de 2011
O Sol também se levanta
Sobre a tela fresca o pintor observa seu último traço de realidade
em meio ao caos de tintas, a sóbria serenidade, nasce o sol.
terça-feira, 1 de novembro de 2011
7 bilhões
de menopausa precoce a super população
amor, arte do desapego, decepção
a TV entendia, constrange
praticamente sem informação
visualizo o desenho de barco
no quadro
a falsa idéia de que dias melhores virão
amanhã
será
outro
dia
amor, arte do desapego, decepção
a TV entendia, constrange
praticamente sem informação
visualizo o desenho de barco
no quadro
a falsa idéia de que dias melhores virão
amanhã
será
outro
dia
quinta-feira, 8 de setembro de 2011
À você.
As flores que me deste contendo a semente da verdade, também possuía o espinho da desilusão. Apenas do vaso ficou o acaso,
sombra passageira, escuridão. As flores não eram as mesmas de Van Gogh, não era poesia ou afago, tão pouco declaração.
Não disse bem me quer, também do mal não se desfez. A pétala que foi para o livro marcou muito mais do que seus passos no portão.
Rejeite as flores de hoje, para que não seja vinculo inócuo amanhã. Não viva sobre o temor, mas não faça da esperança uma certeza.
Olho pela janela, e prefiro as flores no jardim.
Diego do Violino
Na leveza de um dia melancólico, penso em como viver me faz mal, no entanto, não consigo me livrar do vício da vida. A forma como vivo soa como mão tremula manipulando cordas de um violino de carvalho, a vida é essa mão, e eu sou o violino. Se uma corda de violino fosse capaz de sentir dor, então eu era essa corda.
quinta-feira, 18 de agosto de 2011
Presente e Passado
Na hora do adeus é que temos certeza que os passos dados são apenas laços envoltos num de um dia de Sol. Na espera amarga do dia que se inicia contemplo os passos dados ontem, os laços que serão envoltos sobre o Sol da meia noite, onde estamos dispostos a transgredir e desatar o dia, desvendando os segredos deixados no caminho.
terça-feira, 16 de agosto de 2011
terça-feira, 9 de agosto de 2011
Ambíguos
Meu coração reside fora de mim
por isso sempre a me trair
sempre em busca de uma canção
que encha de afagos a solidão
E depois de todas as maneiras
existe sempre uma saidera
um adeus ou até logo
sacana fingindo ser sóbrio
E eu sempre achando uma maneira
de achar tudo brincadeira
de fazer do adeus ou do até logo
uma Bossa Nova, nova nota
E fazer da traição um novo jeito
de enganar o pobre do meu peito
quinta-feira, 28 de julho de 2011
Jantar
Decepção é a constante condição humana, pude notar e constatar numa mesa de restaurante, bebendo um Chop que não era mais estupidamente gelado que muitas pessoas. A música era boa, de uma banda boa, que um dia presenciei Depp Porple. Está cada vez mais difícil a verdadeira entrega, porque ora é obsessiva, ora é relapsa e cheia de mazelas. Digo, repito e afirmo: a decepção é a constante condição humana. Rendo-me à ambigüidade, essa vizinha indesejada, sigo sem cantar, sem falar, apenas ouvindo, mesmo quando for uma música, pois da boca a palavra não veio, sigo muda e nada mais.
Fica a dica, não me espere para jantar, hoje a sentença será jantar sozinha.
Amanhã, quem sabe...
quarta-feira, 27 de julho de 2011
Tudo certo - Roberto Carlos
Quando você
Me ouvir cantar
Venha não creia
Eu não corro perigo
Digo, não digo, não ligo
Deixo no ar
Eu sigo apenas
Porque eu gosto de cantar...
Tudo vai mal, tudo
Tudo é igual
Quando eu canto
E sou mudo
Mas eu não minto
Não minto
Estou longe e perto
Sinto alegrias
Tristezas e brinco...
Meu amor!
Tudo em volta está deserto
Tudo certo
Tudo certo como
Dois e dois são cinco...
Quando você
Me ouvir chorar
Tente não cante
Não conte comigo
Falo, não calo, não falo
Deixo sangrar
Algumas lágrimas bastam
Prá consolar...
Tudo vai mal
Tudo, tudo, tudo, tudo
Tudo mudou
Não me iludo e contudo
A mesma porta sem trinco
Mesmo teto, mesmo teto
E a mesma lua a furar
Nosso zinco...
Meu amor!
Tudo em volta está deserto
Tudo certo
Tudo certo como
Dois e dois são cinco
Meu amor! Meu amor! Meu amor!
Tudo em volta está deserto
Tudo certo
Tudo certo como
Dois e dois são cinco...
Me ouvir cantar
Venha não creia
Eu não corro perigo
Digo, não digo, não ligo
Deixo no ar
Eu sigo apenas
Porque eu gosto de cantar...
Tudo vai mal, tudo
Tudo é igual
Quando eu canto
E sou mudo
Mas eu não minto
Não minto
Estou longe e perto
Sinto alegrias
Tristezas e brinco...
Meu amor!
Tudo em volta está deserto
Tudo certo
Tudo certo como
Dois e dois são cinco...
Quando você
Me ouvir chorar
Tente não cante
Não conte comigo
Falo, não calo, não falo
Deixo sangrar
Algumas lágrimas bastam
Prá consolar...
Tudo vai mal
Tudo, tudo, tudo, tudo
Tudo mudou
Não me iludo e contudo
A mesma porta sem trinco
Mesmo teto, mesmo teto
E a mesma lua a furar
Nosso zinco...
Meu amor!
Tudo em volta está deserto
Tudo certo
Tudo certo como
Dois e dois são cinco
Meu amor! Meu amor! Meu amor!
Tudo em volta está deserto
Tudo certo
Tudo certo como
Dois e dois são cinco...
segunda-feira, 25 de julho de 2011
B. H
Para cada cidade que já visitei
uma poesia, uma rima.
Pois tenho certeza
belos horizontes presenciei
belos horizontes presenciarei
ao lado de belas meninas.
Minha lei
Adoro ser cowboy
viver intensamente
fazer da estrada minha lei
e longas colinas meu destino
e sobre tudo ter certeza
que a vida é apenas os momentos
bem vividos.
Estranho, mas real
O telefone celular nunca foi meu amigo
aos 15, quando tocava era trote
aos 19 era um namorado bêbado
e hoje se tocar é só noticia ruim.
Amando te amar
É bom não ter pretexto para lembrar,
melhor ainda é não ter pretexto para amar
Dos lábios o sabor macio
o sabor ameno
Das lembranças
nosso ultimo encontro
a marca dos nossos corpos nos lençóis
Nosso ultimo beijo
Egoísmo total
Mas é nosso momento
Amy Winehouse
Ela só tinha 27
cabelo moreno como seus dias
ela amava a cicuta e dela se embriagava
Tão transitória em seu caminho
amante dos perdidos e dos errantes
Ela só tinha 27
tinha muito afeto
porém, sem apego
sem o belo
Tarde demais
cansada demais para o adeus
sua última canção:
GO BYE.
terça-feira, 19 de julho de 2011
Mau de Estocolmo
amar o algoz
é amar a lança que te fere
é amar o inferno que te submetes
é a falta de amor
diante do espelho
sábado, 16 de julho de 2011
sexta-feira, 15 de julho de 2011
Um dia de Chuva
O tempo hoje me sorrir laconicamente
do fim esperava apenas o menos trágico
Um tanto lacônico, mas parece que o tempo hoje
resolveu chorar comigo.
O que nos difere: o choro do tempo tem suas causas.
Pena não poder dizer o mesmo.
Outra estação
ser intenso as vezes dói
antes eu desejava ser as estações
hoje faço parte delas
as vezes é tempo de florescer
em outros aguardar os frutos
fora de época também se floresce
quarta-feira, 6 de julho de 2011
Conselho
O medo do adeus é uma prisão sem grades, mal irremediável. Não sei até que pondo o medo protege como garantira minha mãe, não sei até que pondo o medo impede como assegurava meu pai. Não sei... Não sei.
Adeus
Da ternura,
nenhuma suavidade.
Da cumplicidade,
amigo? amor? amantes?
Da paixão,
apenas o colchão e eu.
Da amizade,
amigo? amor? amantes?
Por você aprendi a ir
e também aprendi a voltar.
Das viagens,
quem sabe a saudade
quem sabe o amor
quem sabe...
segunda-feira, 4 de julho de 2011
Certeza para o dia:
A vida sorri, timidamente, calmamente e isso é bom. Desisti de certas respostas, voltada para algumas perguntas, tive um sonho bom. Um amor acabou e tantos outros começando.
Isso me faz enxergar que a vida é bem mais que dor.
E eu vou de encontro à ela.
E eu vou de encontro à ela.
De forma diferente, vendo.
hoje eu acordei meio Amélie Poulain
acordei vendo o mundo pela janela
sentindo prazer em grãos
amando o desconhecido
quinta-feira, 30 de junho de 2011
Um amigo me enviou, de modo que repasso...
O incrível é que cada átomo de seu corpo veio de uma estrela que explodiu e os átomos em sua mão esquerda provavelmente vieram de uma estrela diferente da dos átomos de sua mão direita. Essa é realmente a coisa mais poética que eu conheço sobre física: vocês são todos poeira de estrelas. Vocês não poderiam estar aqui se as estrelas não tivessem explodido, porque os elementos, o carbono, o nitrogênio, o oxigênio, o ferro, todas as coisas que importam para a evolução foram criados no começo dos tempos. Eles foram criados nas fornalhas nucleares das estrelas e a única maneira de eles chegarem ao seu corpo é se as estrelas forem gentis o suficiente para explodir. Então esqueça Jesus, as estrelas morreram para que você estivesse aqui hoje. — Lawrence Krauss
Livre
Permito-me buscar,
permito-me sonhar,
permito-me voar também.
Toda vez que for necessário,
permito-me recomeçar.
terça-feira, 28 de junho de 2011
Rotina
Ando muito preocupada com a rotina e digo num âmbito geral, pude constatar e ter certeza ontem ao folhear uma agenda antiga e escutar Sixpence None The Richer, que a rotina é uma maquina que a tudo devora, devorou lugares que já apreciei e aprecio, acompanhada ou sozinha, impedindo de pensar e de alçar novos ares. A rotina e a prioridade andam lado a lado, retirando-nos a capacidade de pensar, mudar e agir. Uma simples agenda e uma canção antiga me fizeram pensar sobre, e quem sabe, mudar.
sexta-feira, 24 de junho de 2011
Lençou dos meus dias
guardo sobre meus dias um lençol de retalhos
bordados com minhas experiências
minhas perdas e meus fracassos
teço com linha infinita todas minhas recordações
da vida quero apenas o que é meu
para não esquecer que fui feliz
e que amei
muito já cantei nessa vida
como também chorei
quinta-feira, 23 de junho de 2011
quarta-feira, 22 de junho de 2011
Essa Noite Não - Lobão
A cidade enlouquece sonhos tortos
Na verdade nada é o que parece ser
As pessoas enlouquecem calmamente
Viciosamente, sem prazer
A maior expressão da angústia
Pode ser a depressão
Algo que você pressente
Indefinível
Mas não tente se matar
Pelo menos essa noite não
As cortinas transparentes não revelam
O que é solitude, o que é solidão
Um desejo violento bate sem querer
Pânico, vertigem, obsessão
A maior expressão da angústia
Pode ser a depressão
Algo que você pressente
Indefinível
Mas não tente se matar
Pelo menos essa noite não
Tá sozinha, tá sem onda, tá com medo
Seus fantasmas, seu enredo, seu destino
Toda noite uma imagem diferente
Consciente, inconsciente, desatino
A maior expressão da angústia
Pode ser a depressão
Algo que você pressente
Indefinível
Mas não tente se matar
Pelo menos essa noite não
Na verdade nada é o que parece ser
As pessoas enlouquecem calmamente
Viciosamente, sem prazer
A maior expressão da angústia
Pode ser a depressão
Algo que você pressente
Indefinível
Mas não tente se matar
Pelo menos essa noite não
As cortinas transparentes não revelam
O que é solitude, o que é solidão
Um desejo violento bate sem querer
Pânico, vertigem, obsessão
A maior expressão da angústia
Pode ser a depressão
Algo que você pressente
Indefinível
Mas não tente se matar
Pelo menos essa noite não
Tá sozinha, tá sem onda, tá com medo
Seus fantasmas, seu enredo, seu destino
Toda noite uma imagem diferente
Consciente, inconsciente, desatino
A maior expressão da angústia
Pode ser a depressão
Algo que você pressente
Indefinível
Mas não tente se matar
Pelo menos essa noite não
Sobre tela
Havia dentro dela um jardim e um crepúsculo,
o portão de um palácio.
Vitória-régia nebulosa e adorável cujo acesso era lúcido
e terminantemente vedado.
Seu coração vivia em belas recordações,
não se perdia em pensamentos tristes e melancólicos.
Todos os dias havia primavera em sua vida.
Nascida da água do mar,
dentro de uma gigantesca concha marinha.
Por que tristeza se poderia decidir seu caminho?
Ela era Vênus das pinturas de Botichelle.
terça-feira, 21 de junho de 2011
VIAGEM EUFÓRICA DA VIDA
vivia na euforia dos meus dias
dos meus sonhos e das minhas fantasias
eternizar meus momentos foi meu grande alento
talento ganho dos céus
transformar meus sentimentos em um grande troféu
um anel eu teci especialmente pra mim
do teatro fui a estrela principal
e fiz da minha vida um encanto fatal
Fron: Núbia Costa To: Shirley SS.
Chegada
a casa do poeta tem sopa de letras
tapete de “Bem Vindo”
aconchego e amor
a casa do poeta tem música bonita
tem bolero de Ravel
e um quadro de flor
porém, na casa do poeta somente será bem vindo
se fores palavras em rima
canção por fazer
o Eu em fragmentos
na espera das palavras que jamais serão ditas
dos toques almejados
Eu, uma eterna reticência
corrida
sempre as horas a nos separar
sempre os dias
meses e anos
caos, engano
desengano
vácuo, náuseas
há Deus?
adeus.
segunda-feira, 20 de junho de 2011
escalada dos ponteiros
tantas escolhas e tantas oportunidades
apenas um caminho e inúmeras possibilidades
sigo apressada
o tempo sempre a urgir
o tempo sempre a escravizar
Nubia Costa
Nubia Costa
Ruy Barbosa tinha razão...
Há tantos burros mandando em homens de inteligência, que, às vezes, fico pensando que a burrice é uma ciência.
Assinar:
Postagens (Atom)